A LOIRA DIXIT

Bocage Acordou anda atento e ouviu a Dores Meira, eufórica, grunhir para o vérriadorr Eusébio Benedita Susana dos Santos esta pérola: "O Namora já foi. Agora tratamos dos outros!". O vérriadorr, conhecido sócio do Augusto da Junta de Freguesia do Sado e reputado construtor civil, ripostou: " Sem piedade, minha dona, sem piedade".

Quando avistaram Bocage Acordou, os malandros ficaram visivelmente incomodados. Mas Beni e Susa, duas serviçais a tudo dispostas, acorreram pressurosas. Ladrou a Beni: "não entenda mal, Bocage, o vérriadorr é um brincalhão". Rimou a Susa: "pois é, o vérriador vérria bem, já meteu a minha mana, agora falta a minha mãe...". Mas a Beni não se ficou: "Este vérriador comigo é a toda a hora, já meteu a minha nora".

Cansados de tanta rima, e antes que metessem a prima, mirámos Eusébio que adoptou um ar másculo tipo Ruce, o machista gay, raspou com o dedo mindinho as dentolas frontais e protestou: "Eu acha que tem direito a entrevista, porque tem sido atacada por Bocage".

Ó senhor vérriador, Eu acha? Atacada? "Tem razão, mas quem me mandou passar o tempo a crioular com a de palmela?", lamuriou-se com lágrimas nos olhos de construtor esperto. Comovidos, acedemos e anunciamos aos nossos leitores que dentro de dias publicaremos em rigoroso exclusivo a entrevista que nos concedeu Eusébio, acolitado à esquerda por Beni, a loira que papa tudo e difama todos, e à direita por Susa, a morena com tusa e sem pepino que dê menino. Vai ficar a saber tudo: quem obrou as obras, quem mandou em quem, quem disse e desdisse e em explosiva revelação, como nasceu o amorr que une Eusébio, Beni e Susa.
Definitivamente, a não perder!