BA - Boa tarde senhor Vérriadorr, podemos começar pelo início?EC - Claro, pelo início é que se começa, homessa.
BA - Senhor vérriadorr, é difícil ser?
EC - Ser e ter, ter e ser, e ver tudo acontecer...
BA - Como?
EC - Bom, ou andamos assim ou sopas, já dizia o meu avô.
BA - Senhor vérriadorr, porque despediu o Namora?
EC - Rigor é preciso. Piadas não é preciso. Eu não afastei. Foi a Dores que o empurrou e anda bem...
BA - Ainda bem?...
EC - Sim, ele não sabia dizer nem fazer nada! Arre, que o gajo era burro.
BA - Há quem diga que foi por ele ter contestado a presidente...
EC - BOm , com excepção dessa situação, o resto é tudo falso. e SE DISSER O OPOSTO OU O CONTRÁRIO DISTO QUE TENHO DITO, DESMINTO
BA - mAS, senhorr vérriador, dizem que ele também lhe fez frente a si.
EC - à frente? à frente?
BA- E teria mesmo recusado dar o lugar de chefe da secção de vencimentos à sua Beni...
EC - A Beni não precisa disso. E corrija aí: a Beni não é minha , é de quem lhe interessar. E saiba o BA e todos os que conspiram contra nós que a Beni onde põe os olhos consegue.
BA - Mas afinal, o senhor falou com o Namora ou não?
EC - Com esse infiltrado só falei uma vez e o que lhe pedi recusou.
BA - E podemos saber que pedido foi esse?
EC - Foi numa sexta-feira, às 18h15.
BA - Sim, mas que pedido foi?
EC - pedi a ele para pôr tolototo e não meteu. Não aceito faltas-me ao respeito (sic)
BA - Mas a um director de recursos humanos incumbe fazer isso?
EC - Isso e muito mais... Espere aí. Ó Beni, diz lá aqui ao BA o que fazes por mim.
Beni - Faço tudo, tutti tutti... Chá, massagens nos pés, limpo a unha do dedo mindinho, recebo as casas que você me dáaaaaaaaaaaaaaa, faço...
BA - As casas que o vérriadorr lhe dá?
BENI - Ai que o BA não sabe: sim, sim, duas casinhas em ano e meio.
BA - Mas, de borla????
BENI- Também não seja exagerado... Custaram-me a módica quantia de 50 mil euros cada uma. A primeira já tá!
BA - Já tá?
BENI- Tá já no nome do meu mais velho. A outra é para alugar, se Deus quiser.
BA - Mas então e fica a viver onde?
BENI - Na casinha que comprei à cooperativa, ora essa, que têm vocês a ver com isso.
BA - Bom, senhor vérriadorr, mas a Beni é sua secretária, não é directora. Que mais lhe fez o Namora?
EC - Acabou esse nome, ACABOU!
BA - E já arranjaram substituto?
EC - A Dores trata disso e no intermeio, aí pró meio pecebe, a Susa substitui-lhe.
BA - A mim???
EC - Não ao coiso que a Dores meteu fora. Avancemos que se faz tarde.
BA- Outra questão bastante polémica prende-se com os processos disciplinares aos trabalhadores que fizeram greve.
EC - Concordo, a greve tem que ser contra o governo.
BA - E foi, até foi marcada pela CGTP/IN.
EC - Então tem que ser a favor do governo, mas nunca na câmara.
BA - Por que votou o projecto do seu sócio augusto, se aquele imóvel, segundo ele, também é seu?
EC - O Augusto disse-lhe isso? Burro do carago, nem para os amigos é bom. Eu não votei só alevantei o braço.
BA - Mas isso dá perda de mandato, sabia?
EC - (visivelmente preocupado, fica em silêncio coçando raivosamente os testículos) Nada me diz isso. Nada e acabou. A Dores não me deixa mentir-lhe.
BA - A ela?
EC - Não a si e aos jornaleiros. E se estrebucham apanham nas fuças comno o coiso.
BA - Por que razão não tem as suas habilitações literárias no site da câmara, ao contrário de todos os outros vereadores?
EC - Eu sou mais que graduado, ultra graduado, entre o menstruado e o graduado.
BA - ?
EC - Ó pá, tenho a 4ª classe antiga que é hoje mais melhor que esses cursos das universitretas.
BA - E por que não assume isso?
EC - A culpa num é minha. Falei com o Pedro Coimbra e disse a ele: mete aí que eu tenho a quarta, mas põe também que tenho especialização.
BA - Especialização?
EC - Sim, tirei duas, em ramais dos caminhos de ferros e em rios, aldeias e colectividades. Mas o gajo disse-me: ó vérriadorr se eu meto isso, se eu meto tudo, isso magoa o site da câmara. Por isso não puze.
BA - Bom, para terminar, que desejos formula para o que resta do mandato?
EC - Só desejo que eu, o Augusto, o Canas , a Dores e o Vitor póssamos acabar todos os projectos de urbanismo que temos em mãos alheias e amigas.
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